Há Necessidade, de se fazer um Auto-Exame rigoroso, nos 07 dias que antecedem a celebração da Santa Ceia: Em 1 Coríntios 11.28, disse Paulo: «Examine-se pois o homem a si mesmo e assim coma deste pão, e beba deste cálice». A palavra grega para «examinar» édokimazetõ que significa «testar como a metais». O dicionário Aurélio, define o termoexaminar como: «analisar com atenção e minúcia», «ponderar ou meditar sobre», «submeter a exame», «observar», «sondar», «observar a própria consciência». O auto-exame é aqui determinado como modo de levar o crente a participar dignamente da Ceia do Senhor Jesus. Trata-se então de um rigoroso auto-exame. É extremamente necessário, fazermos este auto-exame, a fim de garantir com maior precisão, se estamos ou não em condições de participar da Santa Ceia. Cada crente em Cristo precisa fazer uma investigação de si mesmo. É preciso que enfrente honestamente os seus pecados, com o propósito de abandoná-los. Nos dias de hoje este rigoroso auto-exame é deixado de lado, desprezado. Todavia, tal exame, que resultará em arrependimento, produzirá a «dignidade» que o crente precisa possuir, a fim de participar apropriadamente da Ceia do Senhor Jesus. Este auto-exame não é uma atitude de última hora, a ser tomada. A Santa Ceia não é como muitos pensam, ela é um ato muito Sagrado. E, esta verdade o leitor irá concluir quando passar a conhecer os propósitos divinos a seu respeito. - Para que se possa garantir com a mais possível precisão, se estamos ou não em condições de participar da Ceia do Senhor Jesus, é indispensável à observância de quatro requisitos fundamentais, que são:
1. Conhecer o Valor e o Propósito da Santa Ceia: A falta de conhecimento da Igreja a respeito da Santa Ceia, é algo muito assustador. O conceito que ela tem acerca da Santa Ceia, é completamente antagônico, quando comparado com os princípios bíblicos e éticos que norteiam o mandamento sobre a Celebração da Santa Ceia. Além disso, não basta um conhecimento parcial, mas sim, um conhecimento profundo (João 5.39).

Por falta de noção sobre a Santa Ceia, muitos a celebram como se fosse apenas umatradição da Igreja e, não como uma das ordenanças de Cristo à Sua Igreja. Assim sendo, se alguém que recebeu o devido ensino sobre as regras que regem à observância da Santa Ceia, mas, mesmo assim insistir em celebrá-la «indignamente», não fazendo caso do seu caráter sagrado, tal transgressor receberá de Jesus a justa retribuição, de maneira que se merece (1 Cor 11.27-30). Todavia, se alguém participar dela «indignamente», inconsciente do pecado que estava cometendo, porque não foi suficientemente instruído pelo pastor, tal pastor também será culpado pelo pecado desta pessoa (Ezeq 3.16-19; 33.7-9; Heb 13.17). Portanto, a obrigação e o dever e a necessidade de se fazer um auto-exame é de cada participante da Santa Ceia , mas, a responsabilidade pelo ensino é dos lideres, dos mestres.
2. Cultivar uma consciência sadia, pura, santa: A etimologia do vocábulo «consciência» é no grego syneidesis, equivalente ao latino conscientia. Syneidesis, que deriva de syn «com» e eidesis «conhecimento», e assim significa «conhecimento consigo mesmo». Aconsciência é o sentimento ou percepção (uma voz secreta) do que se passa em nós, um testemunho ou julgamento da alma, aprovando ou não nossos atos (Rom 2.15; 9.1; 2 Cor 1.12). Ela também pode ser treinada por pensamento e ato, convicções e regras implantadas na mente da pessoa por estudo e experiência. Baseada nestas coisas a consciência faz uma comparação com proceder adotado ou pretendido. Daí ela soa como alarme quando as regras e procederes estão em conflitos, a menos que a consciência esteja cauterizada, tornada insensível por continuas violações de seus avisos.
É necessário fazermos um exame da nossa consciência, a fim de avaliarmos o seu nível de pureza. Após certificarmos que ela está pura e sem nenhuma acusação, então, temos certeza que os nossos procedimentos tem se correspondido com vontade do Senhor Jesus Cristo (Heb 12.2). Uma consciência pura é o passo decisivo para a nossa santificação, para que assim possamos participar da Santa Ceia do Senhor Jesus, sem medo algum de estarmos contrariando as normas que regem a sua observância e nem de sermos condenados por Cristo (Atos 23.1; 1 Tim 1.5,19; 3.9; 2 Tim 1.3; 1 Ped 3.16,21). Temos que dar acesso ao Espírito Santo à nossa consciência, para que Ele possa influenciá-la.
3. Cultivar a Comunhão com Cristo e com a sua Igreja: A «comunhão» (gr koinonia) é o ato ou condição de compartilhar das mesmas idéias, propósitos, valores, sentimentos, aflições, fé, amor, etc. (Ver Atos 2.42, 44; 4.32; 2 Cor 8.23; 9.13; Rom 11.7; 15.26; Gál 2.9 Filip 1.5, 7; 1 Ped 5.1; 1 João 1.3 ss.). Como a Ceia do Senhor Jesus é um ato de «comunhão», então, não pode ser compartilhada por aqueles que não estão em «comunhão» com Cristo e com os demais membros do Seu Corpo. A Santa Ceia surge da unidade e produz a unidade. Ela não pode ser usada como ponto de partida da nossa comunhão. É comum ouvirmos a seguinte expressão; «no dia da Ceia eu vou voltar à comunhão com Cristo e com a Igreja», para estes, a Ceia é o momento propício para se começar a comunhão. Até se tornou rotina alguns abusarem da Ceia, usando este dia para promover o perdão. Com isso, é comum deparamos com aquelas «filas de perdão nas Ceias». Para muitos, estes dias mais se parecem como sendo o dia do perdão (uma espécie de Yom Kippur dos judeus, ou seja, o Dia da Expiação) do que da Ceia.
A Santa Ceia é de caráter completamente festivo, é uma reunião que nos transmite alegria. Por isso é uma reunião bem diferente das demais, pois, é uma das mais importantes reuniões da Igreja de Cristo. Na Santa Ceia, o Cristo Vivo é o hospedeiro presente. Ao participarem do alimento, os adoradores participam de tudo quanto Cristo fez em favor deles. Tal associação tão íntima permite-nos um companheirismo similar uns com os outros. Não é a Igreja que oferece a Cristo em comunhão; mas Cristo se ofereceu a si mesmo de uma vez para sempre (Heb 7.27; 9.25,26; 10.10; 12.14.18); e agora Ele traz à Igreja o pão e o vinho, não como uma oferta e, sim, para serem comido e bebido, a fim de que, por esse intermédio, Ele nos dê de Seu próprio Corpo e de Seu próprio Sangue, para nossa nutrição, de conformidade com a sua promessa. O Pão e o Vinho tornaram-se símbolos do Corpo e do Sangue de Jesus. Misticamente falando, é através da comunhão com Seu Corpo e com Seu Sangue que temos a redenção. Por se tratar de reunião diferente, a celebração da Santa Ceia não pode ser confundida e nem misturada com outras reuniões. Por isso quando a Igreja de Cristo se reunir para celebrar a Santa Ceia, todos os outros trabalhos da Igreja devem ser interrompidos neste dia, o alvo deve ser exclusivamentea celebração da Ceia do Senhor Jesus. Não deve de maneira alguma esta reunião, ser preenchida por outros trabalhos, como vem acontecendo nos dias de hoje, quando a Ceia na verdade fica reservada para o período final da reunião, enquanto, que todo o tempo (da reunião) passa a ser preenchido por atividades que nas muitas vezes, não se correspondem com o caráter essencial da reunião. Por isso, quando a Igreja for se reunir para celebrar a Ceia do Senhor Jesus, o caráter da reunião deve ser única e exclusivamente voltado para ela. Em fim, somente irão participar da reunião e da celebração da Santa Ceia, os que estiverem em comunhão (isto não é um ato de exclusivismo, mas, de comunhão). Se, porventura, alguém neste dia se reconciliar com Cristo e com a Sua Igreja, amém, contudo, não poderá celebrar a Santa Ceia. Vede o item seguinte.
Meios de Santificação: Somos santificados mediante a fé (Atos 26.18; Heb 11.6), pela união com Cristo na Sua Morte e Ressurreição (João 15.4-10; Rom 6.1-13; 1 Cor 1.30), pelo sangue de Cristo (Heb 13.12; 1 João 1.7-9), pela Sua Palavra (João 17.17; Efés 5.26), pela comunhão mística com o Espírito Santo, que se caracteriza pelo Seu poder regenerador e santificador em nossos nossas vidas (Jer 31.31-34; Rom 8.13; 1 Cor 1.2; 6.11; 2 Tess 2.13; 1 Ped 1.2). Ficando claro, que a santificação é uma obra do Espírito Santo, juntamente com a cooperação do Seu povo (2 Cor 7.1; Filip 2.12,13; 1 João 3.3). Para cumprir a vontade Divina quanto a santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo, ao cessar de praticar o mal (Isa 1.16; Amós 5.15; Rom 12.9; Heb 1.9), ao se purificar de toda a imundícia da carne e do espírito (Rom 6.12,13; 2 Cor 7.1; Gál 5.16-25; 1 Ped 2.11) e, ao guardar-se da corrupção do mundo (Sal 1.1; Rom 6.19; 8.13; Efés 5.18; Tiago 1.27; 4.8; 1 João 2.15-17)
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