Texto Áureo: Fp. 1.9 – Leitura Bíblica: Fp. 1.1-11
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando mais um trimestre na Escola
Bíblica Dominical, e desta feita, estudaremos a Epístola de Paulo aos
Filipenses. Na aula de hoje introduziremos essa que é uma das mais apreciadas
cartas do Apóstolo. Inicialmente, mostraremos a relação de Paulo com essa
igreja, em seguida, seu propósito, e, ao final, algumas características da
Epístola que revelam Cristo como nossa maior Alegria, e exemplo inconfundível
de humildade.
1. PAULO E A
CIDADE DE FILIPOS
A meta de Paulo era inicialmente adentrar a
província romana da Ásia por ocasião da sua Segunda Viagem Missionária, mas não
obteve êxito. Por isso, tomou a direção do norte, para a Antioquia da Pisídia,
atravessando a cordilheira montanhosa do Sultão Dagh, e prosseguindo para o
norte, aonde chega aos limites da Bitínia, uma província senatorial a noroeste
da Ásia (At. 16.6). Mas ao tentar entrar na Bitínia, pela estrada do norte,
para a Nicomédia, Paulo foi impedido novamente (At. 16.7), voltando-se para
oeste. Em seguida desceu para a costa de Trôade, onde recebeu uma visão, a qual
o desafiou: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At. 16.9). Em companhia de Lucas,
viajou imediatamente para Samotrácia, chegando a Filipos. De acordo com o
relato de At. 16.12, essa cidade era da Macedônia, “primeira do distrito, e
colônia”. A relevância dessa cidade remete ao Sec. IV a. C., quando Filipe II,
da Macedônia, tomou-a dos tracianos. Por isso ela recebeu esse nome, em sua
própria homenagem. Em 42 a. C., essa cidade foi cenário da batalha entre as
forças republicanas de Brutos e Cassius e as imperiais de Otávio e Antonio. Por
volta de 52 d. C., Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, chega à cidade de
Filipos, durante sua Segunda Viagem Missionária (At. 15.40; 16.1-3). O grupo
apostólico se encontra com Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava
púrpura (At. 16.14), que se converte a Cristo, levando o primeiro grupo de
cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa (At. 16.15). O contexto
religioso daquela cidade era de sincretismo, o panteão grego de deuses
congregava uma série de divindades, tanto de origem grega quanto romana. A
deusa Artemis era adorada, sob o nome de Bendis, Marte também era adorado, como
deus tanto da agricultura quanto da guerra. Esse sincretismo religioso pode ser
atestado em At. 16.16, em que uma jovem escrava era usada por um espírito de
adivinhação. Paulo e Silas, após expulsarem aquele espírito da jovem, são
presos por causarem prejuízo, sendo posteriormente libertos, tendo a
oportunidade de plantar uma igreja naquela cidade (At. 16.16-40). Paulo teve a
oportunidade de visitar a igreja de Filipos durante sua Terceira Viagem
Missionária (At. 20.3-6).
2. DATAÇÃO,
PROPÓSITO E ESTRUTURA

3. ASPECTOS
INTRODUTÓRIOS
Paulo, juntamente com Timóteo, servos de Jesus
Cristo, dirigem essa Epístola aos “santos em Cristo que estão em Filipos”, esse
adjetivo “santo” diz respeito àqueles que creem em Cristo (Fp. 1.1). Isso
porque esses filipenses, tal como os coríntios, foram santificados em Cristo
Jesus, que também os chamou para a santificação (Rm. 1.6,7; I Co. 1.12). A
expressão “em Cristo” é relevante nas epístolas paulinas, pois revela que a
salvação vem dessa condição. Por causa dela, podemos desfrutas da “graça e
paz”, do favor imerecido de Deus (Ef. 1.7), e da paz com Deus, podendo, agora,
nos aproximar dEle (Rm. 5.1; Cl.1.20). Em Fp. 1.3-7, Paulo agradece a Deus e
intercede pelos filipenses, reconhecendo que o Senhor começou uma boa obra na
vida deles, e que a completará. O verbo começar, em grego, é enarchomai, que dá
ideia de inaugurar. Ele levará adiante o que começou, não desistirá, pois o
verbo, no original, revela intensificação. Isso quer dizer que Deus, em cada
detalhe das nossas vidas, está trabalhando para construir nosso caráter. Sua
meta é nos conduzir até aquele dia, no qual Cristo aparecerá, para arrebatar a
Sua igreja (I Ts. 4.13-17; II Ts. 1.10). Enquanto isso, o Apóstolo revela sua
preocupação com a expansão do evangelho, do qual os filipenses são também
participantes, sendo nele também perseverantes. Essa é uma verdade que Paulo
destacará nessa Epístola, que a fé deve nos levar a seguir adiante, apesar das
circunstâncias. Essa fé, fundamentada no genuíno amor cristão, deve ser
abundante. O alicerce da fé que gera crescimento é o amor, que deve está
atrelado ao conhecimento e discernimento, com vistas à sinceridade. Existem
muitas versões de cristianismos e evangelhos atualmente. Mas essas não
apresentam “frutos de justiça”, e o pior, não são “para glória e louvor de
Deus” (Fp. 1.11). A marca da verdadeira fé, e que conduz ao crescimento, é o
amor, que deve abundar sempre mais. Todas as versões de cristianismos devem ser
avaliadas com base nesse critério, pois é o amor que mostra nossa nova natureza
em Cristo (II Co. 5,17), e que somos participantes da natureza divina (II Pe.
1.3,4).
CONCLUSÃO
A Epístola de Paulo aos Filipenses, a ser estudada
ao longo deste trimestre, terá como foco a revelação da pessoa de Cristo. Na
medida em que temos consciência que estamos nEle, poderemos crescer em amor cada
vez mais, mostrando que somos participantes do Seu evangelho. Nesses dias
difíceis, nos quais outros evangelhos têm sido pregados, que sejamos
despertados por essa mensagem para uma vida de humildade, sobretudo de alegria,
independentemente das circunstâncias.
BIBLIOGRAFIA
MARTIN, R. P. Filipenses:
Introdução e comentário. São Paulo:
Mundo Cristão, 1985.
MOTYER,
J. A. The message of Phillipians.
Leicester: Inter-versity Press, 1984.2ª PARTE
PAULO E A IGREJA EM FILIPOS: SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA CPAD
Os elementos introdutórios (autoria, destinatários, data, propósito, etc) à Epístola de Paulo aos Filipenses estão exaustivamente expostos em vários comentários bíblicos. Segue abaixo algumas dicas literárias interessantes:
- Filipenses: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja (Elienai Cabral)
- O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo (R.N. Champlin)
- Filipenses: introdução e comentário (Ralph P. Martin)
- Comentário Bíblico Pentecostal (French L. Arrington e Roger Stronstad)
Obedecer
a visão do Senhor e ouvir a voz do Espírito (At 16.6-10) é algo que
glorifica ao Pai, mas que também implica em sofrimento.
A
voz do Espírito é cada vez mais negligenciada em nossos dias, quando
alguns líderes (bispos, pastores, etc) não buscam mais a sua direção na
realização da obra de Deus, no trabalho missionário e evangelístico, na
implantação de igrejas. Disputas pessoais e ministeriais, expansões de
"impérios" particulares e familiares, ganância por dinheiro, poder e
coisas semelhantes a estas ditam as regras e norteiam os objetivos em
alguns círculos evangélicos e denominacionais.
O
Evangelho que produz tribulações e prisões (At 16.23-24) é trocado por
um outro evangelho que promete satisfações e milhões. Os milagres, as
curas e libertações viraram mercadoria e objeto de barganha no
vergonhoso mercado da fé.
A verdadeira adoração (At 16.25) deu lugar ao louvorzão, balada gospel, pancadão evangélico, show, apresentação artística.
Os
senhores do presente século (políticos) não são contestados por
propagarem, defenderem e legalizarem costumes que afrontam a Bíblia e a
fé cristã, antes, são procurados (ou procuram) por pastores para
negociatas, são bajulados em troca de favores eleitoreiros, provendo
supostas "bênçãos" para uma igreja institucionalizada e morna (ou
morta).
A
prisão foi substituída pela mansão. O açoite foi trocado pelo conforto.
O serviço deu lugar ao reinado. A toalha foi trocada pelos tronos. O
contentamento deu lugar ao consumismo.
As
igrejas enriquecem e multiplicam seu patrimônio institucional, mas
cambaleiam e se empobrecem sem o poder espiritual. Enfraquecem sem o
alimento sólido da Palavra.
A Epístola de Paulo aos Filipenses é atualíssima e urgente para a nossa geração.
Que
os corações se abram pela graça de Jesus ao clamor do Espírito, para
que sejamos tocados e transformados por esta magnífica e poderosa
mensagem.
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